A síndrome do músculo piriforme ocorre quando esse músculo, localizado na região do quadril, comprime o nervo ciático, gerando dor irradiada para a perna, além de desconforto na região glútea. Embora a causa direta seja frequentemente atribuída a tensões ou traumas locais, desequilíbrios na musculatura abdominal e lombar desempenham um papel importante no surgimento e perpetuação dessa condição.
O abdômen e a região lombar formam o core, responsável pela estabilidade e pelo controle do movimento do tronco e da pelve. Quando há fraqueza abdominal ou instabilidade lombar, a sobrecarga pode ser transferida para músculos periféricos, como o piriforme, que tenta compensar essa deficiência estabilizadora. Esse esforço excessivo pode levar à hipertrofia ou espasmo do músculo, favorecendo a compressão do nervo ciático.
Na fisioterapia, o tratamento envolve técnicas para aliviar a compressão do nervo, como alongamentos específicos do piriforme, liberação miofascial e eletroterapia para alívio da dor. Além disso, é essencial corrigir os desequilíbrios musculares, por meio do fortalecimento do abdômen e da musculatura paravertebral, bem como do treinamento funcional para reeducação do movimento.
Com a abordagem correta, é possível reduzir os sintomas, melhorar a estabilidade do core e prevenir recidivas da síndrome.
Dica de exercício
Sentado em uma cadeira, cruze a perna afetada sobre a outra e incline o tronco para frente até sentir o alongamento no glúteo. Manter por 20 segundos.
Deitado de costas, puxe o joelho da perna afetada em direção ao ombro oposto. Manter por 20 segundos.
No meu caso, a liberação miofascial foi eficaz para reduzir significativamente os sintomas.