O pé equino é uma deformidade comum em crianças com paralisia cerebral, caracterizada pelo encurtamento do músculo gastrocnêmio e do tendão de Aquiles, resultando em um posicionamento anormal do pé, que permanece em flexão plantar. Essa condição dificulta a distribuição adequada do peso corporal, afetando a marcha e o equilíbrio, além de contribuir para o surgimento de outras deformidades, como joelhos em hiperextensão e alterações no quadril.
O tratamento do pé equino em crianças com paralisia cerebral é multidisciplinar, e a fisioterapia desempenha um papel fundamental. Os exercícios terapêuticos incluem alongamentos para os músculos encurtados, fortalecimento dos músculos antagonistas, como tibial anterior, e treino de marcha para corrigir padrões inadequados. Técnicas como a estimulação elétrica funcional também podem ser aplicadas para melhorar a função muscular e promover o equilíbrio.
Órteses, como AFOs (órteses tornozelo-pé), são frequentemente usadas para manter o pé em uma posição neutra e auxiliar no alinhamento durante a marcha. Em casos mais graves, pode ser indicada a intervenção cirúrgica, como alongamento do tendão de Aquiles ou procedimentos ósseos corretivos.
A fisioterapia precoce e contínua é essencial para maximizar a funcionalidade, melhorar a qualidade de vida e promover maior independência para a criança.
Dica de exercício
Posicione a criança deitada ou sentada com o joelho estendido e, suavemente, flexione o pé em direção à posição neutra ou dorsiflexão. Mantenha a posição por 20 segundos e repita 5 vezes.
Corrigir o pé equino é uma luta diária, mas com paciência, persistência e o apoio da fisioterapia, é possível alcançar ótimos resultados.